Marcio Luiz Ferreira dos Santos, de 45 anos, esperava no final da tarde desta quinta-feira (17) pela liberação dos corpos da filha Taylane de Souza dos Santos e da sobrinha Ana Clara Schwartz da Fonseca, ambas de 13 anos. Segundo ele, as meninas morreram enquanto filmavam o temporal em Petrópolis.
Protegido da chuva pelo toldo do Instituto Médico Legal do bairro Corrêas, Marcio e sua mãe, dona Sônia, disseram que ambas queriam ser modelos. O sonho foi interrompido pela chuva da última terça-feira (15), que atingiu a localidade Pontilhão do bairro Lopes Trovão, onde moram, por volta das 16h.
Imagens de satélites mostram Petrópolis antes e depois dos deslizamentos de 15/2 “Nós morávamos na parte de baixo, do lado da cachoeira. A chuva concentrou tudo ali naquele pedaço. Quando aliviou um pouco, fui pra casa, e a chuva aumentou de novo. Começou a desabar tudo lá em cima”, contou. Marcio conta que Taylane, Ana Clara e outras pessoas tentavam se abrigar no momento da chuva, saindo de outra casa no mesmo terreno. “A enxurrada abriu caminho e veio em direção do nosso quintal. A minha filha estava na casa do tio dela, veio para cá com a minha sobrinha. Eu fui buscar os documentos e a avalanche veio, não deu tempo de elas saírem.”
Segundo Marcio, a filha e a sobrinha ficaram filmando a enxurrada quando foram levadas. “Se elas entrassem para casa, não tinha acontecido isso. Elas ficaram filmando a cachoeira, foi quando desceu a avalanche”, relatou o autônomo de 45 anos. Após as fortes chuvas que provocaram o caos em Petrópolis, na Região Serrana, mais de 100 pessoas morreram. Pelo menos 116 estão desaparecidas, segundo lista da Polícia Civil, e o Ministério Público informa que há 46 procurados.
Fonte: https://g1.globo.com/
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