Dinheiro seria oriundo de propina paga por empresa que faz a coleta de lixo na cidade. Prisão aconteceu nesta segunda-feira (29) e foi um desdobramento da Operação Chorume, que já prendeu outros três suspeitos de participar de esquema.
O ex-prefeito de Carmo, na Região Serrana do Rio, Paulo César Gonçalves Ladeira, de 51 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Civil, nesta segunda-feira (29), em um desdobramento da Operação Chorume. Na ação, realizada em conjunto com as Promotorias de Carmo e Sumidouro, os agentes encontraram R$ 130 mil em espécie. Segundo a polícia, o valor era oriundo de propina paga pela empresa que faz a coleta de lixo na cidade.
A quantia estava enterrada em tubos de PVC no quintal de um sítio do político, na zona rural de Carmo. De acordo com a polícia, Paulo César Ladeira é investigado pelo crime de lavagem de dinheiro e por ocultar valores oriundos de crime com intuito de inviabilizar sua localização.
César Ladeira foi prefeito de Carmo entre 2017 e 2020, antes desse mandato ele já havia sido vice-prefeito e vereador.
A Operação Chorume, que investiga superfaturamento no contrato do serviço de coleta de lixo em Carmo, foi deflagrada na última quinta-feira (25), quando foram presos uma vereadora, um ex-secretário municipal de Meio Ambiente e um empresário, identificado como dono da empresa prestadora do serviço. Todos são suspeitos de participar do esquema.
Intimado para depor na delegacia, o ex-prefeito disse que, após a deflagração da Operação Chorume, sabia que seria atingido pelas investigações e pretendia esclarecer alguns fatos.
De acordo com a polícia, César admitiu que, ainda que parcialmente, recebeu propina da empresa responsável pela coleta do lixo na cidade de Carmo, durante os anos de 2019 e 2020. Segundo o ex-prefeito, ainda em depoimento, como não tinha como justificar tais valores, resolveu enterrar o dinheiro no sítio.
Ainda de acordo com a polícia, o ex-prefeito mostrou aos agentes da 112ª DP os dois pontos onde o dinheiro estava enterrado. Os agentes localizaram os pacotes, enterrados em dois tubos de PVC, e , após contagem, foi apurado que havia cerca de R$ 13 mil em espécie.
"Tais valores eram pagos periodicamente pela empresa corruptora, uma vez que se apurou que o contrato era superfaturado e vereadores também recebiam mesada da empresa, a fim de não fiscalizar o contrato e sua execução", afirmou a polícia em nota.
Ainda de acordo com a 112ª DP, as investigações seguem, em relação aos demais vereadores envolvidos e a alguns secretários.
O G1 tenta contato com a defesa do ex-prefeito.
Fonte: G1.globo.com
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