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Entrevista Pré candidato ao governo do Estado Coronel Emir Campos Laranjeira


1- Qual o seu nome e partido?

R: Meu nome é Emir Campos Laranjeira, sou do partido PMB, Partido Mais Brasil.

2- O senhor tem uma carreira militar já de muitos anos, é conhecido no estado. Fale

da sua trajetória:

R: Eu comecei cedo na PM por uma tradição de família. Incorporei como soldado raso lá

em São Gonçalo no que hoje é o centro batalhão, na época era o primeiro batalhão

ainda, Primeiro Batalhão de Caçadores e me formei do meio do ano até dezembro, onde

eu concluí o curso de recrutas, mas logo fiz concurso para Escola de Formação de

Oficiais e fui aprovado. Então nem tive tempo de ficar na rua trabalhando como policial

militar, se bem que naquela época o policial militar era aquartelado, não trabalhava na rua

como depois aconteceu, isso veio mais à frente,

Fui logo aprovado, novamente entrei em regime de internato, três anos para me formar

em oficial.

3- Me fala um pouco sobre a sua família, você era de São Gonçalo?

R: Eu nasci em São Gonçalo, mas com três anos de idade fui para Campos numa

situação muito dramática da minha família. Passei um período longo também em Santo

Antônio do Imbé e Santa Maria Madalena. Depois de três anos eu fui para Campos e com

4 anos comecei minha base de estudo lá onde estudei no Colégio José do Patrocínio até

a quarta série, com mais ou menos de 11 anos para 12 o meu pai faleceu e a minha mãe

que era itaboraiense preferiu voltar para Niterói que era onde as irmãs dela moravam e

nós voltamos de trem e ali estudei no Colégio Salgado FIlho, completei ali o primário e

também ao mesmo tempo eu estudei admissão no Colégio Peçanha. Fiz uma boa prova

de admissão e ganhei uma bolsa de estudos para todo o curso de nível fundamental e

nível médio. Eu me preparei para fazer vestibular para medicina na época, mas aí a

tradição da família fez mais pressão pois eu tinha quatro tios PMs e acabei aceitando a

ideia de me incorporar na PM para ser mais um na tradição da família. Se eu não me

adaptasse eu sairia para fazer Medicina. Mas eu gostei. Gostei da profissão, gostei do

quartel, gostei de tudo pra dizer a verdade e decidir continuar na PM. Essa foi a razão de

eu ter feito o vestibular para a Escola de Formação de Oficiais. É um concurso muito duro,

poucas vagas para muitos candidatos, mas graças a Deus passei, fiz o curso, me formei,

saí aspirante e daí começou a minha labuta. Eu comecei a trabalhar, ingressei em uma

faculdade de ciência administrativa e me formei enquanto trabalhava como PM. Fui até o

fim, até chegar à condição de tenente coronel e pedir passagem para reserva. Depois

disso eu fui desenvolver um modesto ofício de escritor. Eu já tenho 12 livros editados,

gosto muito de escrever, gosto muito de ler também. Então minha vida ficou nisso. E

gosta muito de política. Já fui deputado na legislatura de 91 a 94 e não gostei do que vi,

na época era o governo Brizola. Comandava o nono do batalhão, o mais difícil daqui do

Rio de Janeiro de comandar, mas eu fui bem sucedido, ganhei uma eleição de deputado

por conta disso. Na condição de deputado eu enfrentei problemas porque eu era

exatamente a pessoa que representava o inverso do que o Brizola queria. Ele não


permitia que a PM entrasse em favela, era muita proibição e eu contrariava a vontade

dele, eu discutia, eu criticava ele na tribuna - com todo respeito, claro. E eu continuei, mas

depois eu não gostei. Quando veio a reeleição houve uma fraude no processo eleitoral de

1994. E a fraude foi uma coisa vergonhosa porque eu esperava que tivesse uma

recontagem de votos, mas a fraude que eu mesmo denunciei ocorreu dentro do TRE, eles

anularam as eleições. Então eu estava no PFL nessa época perto dos 18 mil votos,

anularam a eleição, eu acabei a eleição seguinte com 16.088 votos porque os candidatos

perdedores sem chance do meu partido simplesmente desistiram de fazer campanha, só

os com chance fizeram campanha. Ai deu um certo desânimo né, passar por essa

situação toda, ganhar a eleição e perder. E também por eu ter escolhido mal o partido. Eu

fui para o PFL e eu estava no PSDB, o PSDB fez deputado em 94 com 10.500 votos, eu

fiz 18 mil e perdi. Ai desisti, não quis mais saber de política na época.

4- Me fale um pouco sobre os seus livros, quais foram os temas?

R: Eu pratico um literatura compromissada, que o francês chama de literatura eclética. Eu

pego a realidade da minha vivencia, dentro de favela, dentro do quartel, todo esse

conjunto de vivencia eu transformo, eu romanceio. Eu escrevo contos também, mas é

claro que na hora do conto eu também saio um pouco dessa literatura compromissada e

começo a escrever outras coisas normais de um escritor né, idéias que brotam e vem a

inspiração. Já escrevi também um livro para crianças, ‘‘Utopia: o papagaio pensador’’, um

livro que eu gosto muito e esgotou muito rápido. Minha ideia era praticar uma literatura

mais voltada mesmo para a profissão, aquele romance que ensino, eu tento colocar nos

meus livros algum tipo de ensinamento, sempre compromissado com a realidade.



5- Me fale sobre os seus projetos, o que te motivou a vir como pré candidato ao

governo do estado ?

R: Vou começar pela Segurança Pública, porque a segurança pública ela na verdade é

necessária ao ser humano desde a idade das cavernas. Então você não vai conseguir

fazer nada na vida se você não se sentir seguro. Então nós todos enfrentamos uma

situação aqui no estado do Rio de Janeiro muito atípica, nós temos uma síndrome de

segurança que, segundo uma enquete feita pelo professor Paulo Mota, mostra que as

73% das pessoas que residem no estado perdem o sono por conta da criminalidade.

Então vou começar por esse caminho, o caminho que eu conheço. Eu sou um

especialista em segurança pública e tenho um projeto amplo e longo e vou reestruturar a

segurança pública sabendo como funciona. Muita gente fala em reestruturar a segurança,

mas não sabe nem do que está falando, eu não. Eu farei o trabalho que eu conheço. Eu

estou fazendo um trabalho antecipado de conhecer o problema, com um diagnóstico geral

e primeiro consertar isso. Trabalhar para melhorar as tropas pois uma tropa satisfeita e

feliz vai saber proteger a população. Então a minha ideia é transformar o PL em um ser

humano completo, capaz de atender as demandas da sociedade que não são somente

essas coisas que vemos toda hora de guerra, drogas... A demanda da sociedade hoje são

também os adolescentes que tem o celular roubado e as vezes o assaltante mata o

adolescente pelo celular apenas. Não é só o fato de roubar, é o fato de chegar a este

nível de violência absurda. Então nós precisamos policiar o ambiente social e esquecer


um pouco das comunidades carentes porque nestas mós já temos uma situação

gravíssima perturbação da ordem pública, quem tem que atalhar isso não é a PM, a PM

não existe para fazer guerra, e sim para policiar a sociedade em geral. Então eu vou

mudar esse conceito. Mudar não, vou retomar o conceito da polícia administrativa para a

restauração da ordem pública, esse é o papel do PM. Nas comunidades carentes, onde

estão os traficantes com os fuzis, é uma questão das forças armadas, não é uma questão

de polícia. Tanto que a doutrina separa a segurança pública da interna. A segurança

interna, das favelas, é papel para as forças armadas.

6- Faça suas considerações finais:

R: O que eu posso garantir em primeiro lugar é melhorar a situação da polícia pra ela

funcionar e acabar com essa síndrome da segurança que hoje permeia o estado todo de

forma assustadora. Então a primeira coisa é isso. Com relação a outros eu tento, sonho

até em revigorar a malha ferroviária do estado. Quantas vezes eu fui à Campos e voltei de

trem, isso tudo eu acho importante olhar com carinho. Aquilo que está esquecido e que

era bom, eu vou tentar restaurar. Eu acho possível fazer isso, fazer um bom trabalho de

infra-instrutora, procurar fazer um bom trabalho também em benefício da educação e o

pior de todos, o trabalho mais difícil, que é cuidar da saúde. Infelizmente nós estamos

com a educação e a saúde tudo degenerando, porque a segurança pública degenerou

primeiro. Então hoje seria hipocrisia da minha parte dizer que não cuidarei da segurança

pública primeiro. Só que vou fazer isso rápido, será muito rápido pois tenho planejado

todos os meus passos.

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