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CPI: BRK recebia certificados sem ter concluído adequadamente as obras


Amaro, Iza e assessores ouviram técnicos da Secretaria de Saneamento


A Comissão Especial de Inquérito (CEI), ou CPI da BRK, recebeu na tarde desta quarta-feira (29) representantes da Secretaria Adjunta de Saneamento, que descreveram as etapas das obras da concessionária, cujo contrato foi firmado em 2012, no final do governo Riverton Mussi. O consultor técnico Rodrigo Mariano informou que o documento em 2015 foi alterado, passando de 30 para 35 anos, e fixado em cerca de R$ 775 milhões.

Amaro Luiz (PRTB), presidente da comissão, criticou. “Não deveria ser prolongado, se estava ainda no início e já havia indícios de problemas na prestação do serviço”. Rodrigo disse que a então Empresa Municipal de Saneamento (Esane), extinta na reforma administrativa de 2016, dava certificados de cumprimento de metas à concessionária, sem que elas fossem cumpridas plenamente.

Segundo ele, gestões sucessivas da Esane questionavam problemas na execução e tomavam providências como a interrupção de pagamentos ou exigência de cumprimento de metas. Porém, a concessionária não atendia totalmente as cobranças e conseguia retirar recursos do fundo garantidor estabelecido no contrato. A fiscal Gisele Pereira disse que a empresa pública recorria à arbitragem de uma famosa fundação que, no entanto, favorecia a BRK. “Por fim, foi formada uma comissão com integrantes da administração e da concessionária, resultando no pagamento de R$ 14 milhões, para garantir a finalização, já no governo Welberth Rezende (Cidadania), de etapas previstas das obras”.

Contrato desfavorável para Macaé As desvantagens contratuais para o município, sempre beneficiando a ex-Odebrecht, são uma das principais linhas de investigação da CPI. A relatora Iza Vicente (Rede) enfatizou esse desequilíbrio. “O rigor é muito grande com o município e não é o mesmo com a empresa. E sem fiscalização, eles fazem o que querem”, afirmou, referindo-se aos recursos para verificação das obras por parte da prefeitura, como pessoal, viaturas e equipamentos, que se reduziram a quase nada após a extinção da Esane. “As obras envolvem 770 homens para apenas quatro fiscais”, relatou Mariano.

Já o fiscal Pablo Caetano mencionou um novo termo aditivo ao contrato, na gestão atual, que dilui os pagamentos de acordo com o cumprimento das metas, evitando antecipar grandes valores até a conclusão do serviço. De acordo com Amaro, além de apontar os responsáveis pelas irregularidades, um dos objetivos da CPI é contribuir para a conclusão do saneamento da cidade. “Queremos que a BRK preste o serviço para o qual está sendo paga”.

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